Caracterização e atividade tripanocida in vitro das frações hexânica e etanólica obtidas de carapiá (Dorstenia asaroides Hook)

  • Marley Garcia Silva Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília
  • Tiago Campelo Vieira Corrêa Instituto Federal de Brasília, Campus Gama
  • Alana Cardoso Ferreira Instituto Federal de Brasília
  • Ana Paula Lelis Rodrigues de Oliveira Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais - Campus Manhuaçu
  • Gabriel Henrique Horta de Oliveira Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais
  • José Clóvis do Prado Júnior Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Résumé

O carapiá (Dorstenia asaroides - Moraceae) é uma planta muito utilizada na medicina popular através de formulações tradicionais como febrífugo, emenagogo, antiofídico, tônico, analgésico, anti-inflamatório, diurético, sudorífero, estimulante digestivo, no tratamento de doenças de pele, de diarreia e reumatismo. Como procedimento analítico foram obtidas duas frações orgânicas (Fração Hexânica – FrHex e Fração Etanólica – FrEtOH), com vistas à análise da atividade biológica contra T. cruzi. Assim, as frações FrHex e FrEtOH foram submetidas a testes de atividade tripanocida e, para tanto, utilizou-se a cepa Y macrofagotrópica de Trypanosoma cruzi e concentrações de 0,5; 2,0; 8,0; 32 e 128 μg/mL para cada fração e para o Benzonidazol, utilizado como controle positivo. Os testes de atividade antiparasitária mostraram que a FrHex na concentração de 128 μg/mL apresentou atividade tripanocida mais eficiente, aqui representada por uma menor DO (densidade óptica), estatisticamente significante quando comparada à DO da fração etanólica na mesma concentração. Diante deste resultado, a FrHex foi submetida a análise de seu perfil químico, por meio de Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG/EM – Shimadzu CG 17A), onde foram identificadas 10 substâncias mais relevantes, do universo de 106 detectadas na fração. Destaca-se a presença de bergapteno como um dos componentes majoritários e uma das substâncias que caracterizam a espécie Dorstenia. Os resultados deste trabalho contribuem para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas das substâncias presentes na fração hexânica para um possível tratamento coadjuvante para a Doença de Chagas.

Bibliographies de l'auteur

Marley Garcia Silva, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília
Químico. MS e DS na área de Ciências Farmacêuticas. Química de produtos naturais e atividade antimicrobiana
Tiago Campelo Vieira Corrêa, Instituto Federal de Brasília, Campus Gama
Possui graduação em Licenciatura em Química pelo Instituto Federal de Brasília (2019). Tem experiência na área de Química, com ênfase em Química de Produtos Naturais.
Alana Cardoso Ferreira, Instituto Federal de Brasília
Gradução em Química pelo Instituto Federal de Brasília, campus Gama. Analista da União Química Farmacêutica Nacional S/A.
Ana Paula Lelis Rodrigues de Oliveira, Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais - Campus Manhuaçu
Possui graduação em Química (Bacharelado e Licenciatura) e mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa, com experiência em métodos analíticos aplicados a determinação das propriedades físicas e químicas de produtos vegetais. Possui Doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal de Minas Gerais, com ênfase em Propriedades Termodinâmicas e Reológicas de Soluções Poliméricas, e hoje é Professora no Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais - Campus Manhuaçu.
Gabriel Henrique Horta de Oliveira, Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais
Possui graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa (2008), mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (2010) e doutorado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (2013). Atualmente é Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais - Campus Manhuaçu. Tem experiência na área de Engenharia Agrícola, com ênfase em Engenharia de Processamento de Produtos Agrícolas, atuando principalmente nos seguintes temas: armazenamento, secagem, modelagem, propriedades físicas de grãos e frutas, qualidade pós-colheita.
José Clóvis do Prado Júnior, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
Graduado em Farmácia Bioquímica pela Universidade de São Paulo (1973), mestrado em Parasitologia pelo Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (1990) e doutorado em Parasitologia também pelo Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (1997). Atualmente é professor associado II do Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo- Campus de Ribeirão Preto. Tem experiência na área de Parasitologia, com ênfase em Doença de Chagas, abordando a inter-relação entre a resposta imune de animais experimentalmente infectados com Trypanosoma cruzi frente a administração de determinados hormônios como DHEA, Melatonia, GH e Corticosterona entre outros. Os principais temas são: adrenalectomia, ovariectomia, orquiectomia, reposição hormonal, stress, interleucinas frente a infecção à diferentes cepas de Trypanosoma cruzi.
Publiée
2021-12-06
Comment citer
Garcia Silva, M., Campelo Vieira Corrêa, T., Cardoso Ferreira, A., Lelis Rodrigues de Oliveira, A. P., Horta de Oliveira, G. H., & do Prado Júnior, J. C. (2021). Caracterização e atividade tripanocida in vitro das frações hexânica e etanólica obtidas de carapiá (Dorstenia asaroides Hook). REVISTA EIXO, 10(3), 33-40. https://doi.org/10.19123/eixo.v10i3.843
Rubrique
ARTIGOS