A CONSCIÊNCIA NEGRA: PERIGOS OU SALVAÇÃO DA NAÇÃO?

  • Alain Pascal Kaly

Abstract

A humanidade presenciou a “criação” de três mapas do surgimentodo ser humano: a) o surgimento do ser humano na África Oriental cujascaminhadas para povoar as diversas partes do mundo inauguraram a “primeira globalização; b) a conversão do Constantino ao Cristianismo e a expansão do Cristianismo romanizado, que deslocou o mapa do surgimento do ser humano da África para o continente euro-asiático, ao mesmo tempo branqueando o ser humano e, finalmente, o terceiro e último mapa foi criado pelo navio negreiro a partir do século XV. Por isso que ter a Consciência Negra implicaria ter a consciência de pertencer à humanidade surgida na África; a unidade da raça humana/universal; ter a consciência do que a gênese histórica do monoteísmo judeo-cristão faz parte da história do continente africano e dos africanos brancos e pretos. E, finalmente, o negro criado pelas brutalidades coloniais – tráfico, escravização e colonização territorial – foi um dos pilares da modernidade do que se denominou hoje de mundo ocidental: as revoluções políticas, industriais, culturais e filosóficas.

References

ARAÚJO, Emanuel. Escrita para a eternidade. A literatura no

Egito Faraônico. Brasil: EdUNB, 2000.

ARNAULD, Dominique. Histoire du christianisme en Afrique.

Les sept premiers siècles. Paris: Karthala, 2001.

BARRY, Boubacar. La Sénégambie du XVe. Au XIXe. Siècle.

Traite négrière, Islam et conquête coloniale. Paris: L´Harmattan,

BERNAL, Martin. Black Athena. Les racines afro-asiatiques

de la civilisation classique. Paris: Puf, 1991.

BIKO, Steve. Conscience noire. Ecrits d´Afrique du Sud,

-1977. Paris: Ed. Amsterdam, 2014.

CHANDA, Nayan. Sem fronteira. Os comerciantes, aventureiros

e soldados que moldaram a globalização. Rio de Janeiro/

São Paulo: Record, 2011.

COULIBALY, Bassidiki. Du crime d´être “noir”. Um milliard

de “noirs” dans une prison identitaire. Paris: homnisphères,

DIOP, Cheikh Anta. Nations nègres et culture. Paris: Présence

africaine, 1979.

FREUD, Sigmund. Moisés e o monoteísmo. Lisboa: Relógio

d´Água, 1975.

GILROY, Paul. O Atlântico negro. Modernidade e dupla consciência.

Rio de Janeiro: Ed. 34, 2001.

Published
2017-11-28
How to Cite
Pascal Kaly, A. (2017). A CONSCIÊNCIA NEGRA: PERIGOS OU SALVAÇÃO DA NAÇÃO?. REVISTA EIXO, 6(2), 66-76. https://doi.org/10.19123/eixo.v6i2.517