EU MENINA NEGRA – REFLEXÕES PÓS-SIMPÓSIO SER NEGRA

  • Zora Yonara Torres Costa Instituto Federal de Brasília - Campus Gama

Abstract

Este ensaio é o resultado do trabalho apresentado no Seminário Sernegra, em 2013, que foi organizado pelo Instituto Federal de Brasília – IFB. Propõe refletir se é possível uma pessoa negra viver, diante do racismo no modelo de sociedade vigente. Sendo assim, a abordagem teórico-metodológica utilizada neste trabalho foi catalogar casos de racismo e fazer uma reflexão acerca da violação de direitos das pessoas negras. Destaca-se que as ações afirmativas da Universidade de Brasília – UNB registraram dados que demonstram a importância das cotas raciais, pois nos últimos quatro anos, cerca de 41% dos novos alunos e alunas que ingressaram na UNB são negros e negras. Existe também uma pesquisa realizada em 2010 pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana – RITLA, com quase dez mil estudantes de escolas públicas do Distrito Federal, que demonstrou que infelizmente o racismo impera e é naturalizado no espaço da escola. Cerca de 55,7% dos alunos admitiram ter assistido a situações de discriminação racial dentro do colégio. O presente trabalho também propõe refletir sobre as violações de direitos, como racismo, as implicações em relação à exploração sexual e trabalho infantil, e estabelecer um debate da atuação dos IF’s nesta desconstrução do racismo por meio da educação.Palavras-Chave: Criança Negra; Racismo; Identidade; Violência. Abstract:This essay is the result of the work presented at the Being Black Seminar in 2013, which was organized by the Federal Institute of Brasilia - IFB. It proposes to reflect whether it is possible for a black person to live with the racism of the current social model. Thus, the theoretical-methodological approach used in this work was cataloging the racism cases and making a reflection about the violation of the black people’s rights. It is noteworthy that affirmative actions at the University of Brasilia - UNB reported data that demonstrate the importance of racial quotas, because in the past 4 (four) years, about 41% of the students who joined the UNB are black men and women. There is also a research made in 2010 by the of Latin American Technological Information Network - RITLA, with almost 10 (ten) thousand students from public schools at Federal District, which proved that unfortunately the racism prevail and it is naturalized in the school’s space. Approximately 55.7% of the students confess they have seen situations of racial discrimination in the school. This article also intends to consider about the rights violations, like racism, the implications of the sexual exploitation and child labor and establish a discussion about the IF’s performance in this racism deconstruction by the education.Keywords: Black child; Racism; Identity; Violence.

References

ARENDT, Hannah. Eichmman em Jerusalém: Um relato sobre a banalidade do mal. Tradução: José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

D'ADESKY, Jacques. Pluralismo étnico e multiculturalismo: racismos e anti-racismos no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, 2001.

FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Rio de Janeiro: Record. 1998.

OSTETTO, Luciana Esmeralda. Imagens da Infância no Brasil Escravocrata. Revista Perspectiva; r. CED, Florianópolis, 9(16):133-169, Jan/Dez. 1991.

SANTOS, Sales Augusto. Açao Afirmativa e mérito individual: In: LOBATO, Fátima; SANTOS, Renato Emerson dos (Orgs.) Açoes Afirmativas: políticas públicas contra as desigualdades sociais. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

VALENTIM, Silvani do Santos. Crianças escravas no Brasil Colonial. Edu. Ver, Belo Horizonte, (11): 30-38, julho, 1990.

INTERNET

FOLHA. Site: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/12/1381174-penteado-black-power-impede-aluno-de-fazer-rematricula-em-escola-de-guarulhos-sp. shtml. Acessado em 14 de janeiro de 2014.

GELEDES. Site: http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questoes-de-genero/20394-nao-nasci-pra-ser-bonita-a-autoestima-da-mulher-negra. Acessado em 15 de Janeiro de 2014.

LEI 10.639/2010. Site: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm. Acessado em 15 de janeiro de 2014.

LEI 12.711/2012. Site: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm. Acessado em 15 de janeiro de 2014.

R7. Site: http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/muro-de-escola-e-pichado-com-frase-racista-na-zonanorte-20111018.html. Acessado em 13 de janeiro de 2014.

RAÇA BRASIL. Site: http://racabrasil.uol.com.br/culturagente/155/artigo219403-3.asp. Acessado em 15 de Janeiro de 2014.

SANTOS, Milton. Ser negro no Brasil Hoje. 07 de maio de 2000. Folha de São Paulo. Site: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0705200007.htm. Acessado em 15 de Janeiro de 2014.

UOL. Site: http://televisao.uol.com.br/noticias/redacao/2012/09/04/adelaide-personagem-do-zorra-total-edenunciada-por-racismo.htm . Acessado em 20 de janeiro de 2014.

Published
2014-06-27
How to Cite
Costa, Z. Y. T. (2014). EU MENINA NEGRA – REFLEXÕES PÓS-SIMPÓSIO SER NEGRA. REVISTA EIXO, 3(1). https://doi.org/10.19123/eixo.v3i1.118
Section
ARTIGOS

Most read articles by the same author(s)