QUANDO OS JORNALISTAS SE TRANSFORMAM EM FONTE DE PESQUISAS QUALITATIVAS
Resumo
Este trabalho privilegia o olhar crítico sobre uma inversão do papel dos jornalistas, analisando esses profissionais como fonte de informação para pesquisas qualitativas, e não somente como transmissores de notícias. O objetivo principal é compreender que, em muitos momentos, as fontes documentais podem ser destruídas ou estarem inacessíveis, e a memória dos jornalistas se apresenta como fonte de informação daqueles que estiveram presentes ou que foram entrevistados em ações e acontecimentos, ou ainda daqueles que participaram de forma ativa de narrativas sociais. Além disso, os jornalistas não são fontes comuns, mas pessoas especializadas acostumadas a narrativas e que podem expressar com linguagem diferenciada os dados de uma investigação. O trabalho também apresenta uma reflexão sobre a entrevista como método qualitativo de pesquisa científica.Referências
BERGSON, H. Oeuvres. Paris: PUF, 1959.
BOM MEIHY, J. C. S. Manual de história oral. São Paulo: Loyola, 1996.
BOSI, E. Memória e sociedade – lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
BOURDIEU, P. Sobre televisão. Seguido de A influência do jornalismo e Jogos Olímpicos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
BUER, M.W; GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Petrópolis: Vozes, 2002.
CAIAFA, J. A pesquisa etnográfica: aventura das cidades, ensaios e etnografias. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.
CARVALHO, J. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
FAIRCLOUGH, N. Analysing Discourse: textual analysis for social research. London: Routledge, 2003.
GODOY, A. Pesquisa qualitativa – tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas, v. 35, n. 3, 1995.
GROTH, O. O poder cultural desconhecido: fundamentos da ciência dos jornais. São Paulo: Vozes, 2011.
GUBER, R. La etnografia, método campo y reflexividad. Bogotá, Colombia: Norema, 2001.
HALBWALCH, M. La mémoirecolletive. Paris: PUF, 1956.
______. La topografie légendaire des évangiles en Terre Sainte. Paris: PUF, 1964.
JOHNSTON, D. K. The natural history of fact. Australasian Journal of Philosophy, vol. 822, p. 275-291, 2004.
MAGALHÃES, I. Introdução: a análise de discurso crítica. Delta, 21 (especial), 2005.
MARCONI, M.; LAKATOS, E. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Editora Atlas, 2003.
MELO, J. M. de. Indústria Cultural, jornalismo e jornalistas. Intercom – Revista Brasileira de Comunicação. Ano XIV, n. 65, jul./dez., 1991.
MILÊNIO: David Wootton discute em livro a visão peculiar de Trump sobre fatos e verdades. Disponível em: <http://g1.globo.com/globonews/milenio/videos/t/milenio/v/milenio-david-wootton-discute-em-livro-a-visao-peculiar-de-trump-sobre-fatos-e-verdades/5983685/.> Acesso em: 09 jul. 2017.
MINAYO, M. C. O desafio do conhecimento. São Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 2000.
REZENDE, S.; KAPLAN, S. (Org.). Jornalismo Eletrônico ao Vivo. Petrópolis: Vozes, 1994.
SODRÉ, M. Reinventando a cultura. Rio de Janeiro: Vozes, 1996.
SOUSA, J. A prática antes da teoria e o foco no objetivo: uma proposta para o ensino universitário de jornalismo. Moreira, S.; Vieira, J. (Org.). Ensino e Pesquisa em Comunicação. São Paulo/Rio de Janeiro: Intercom/UERJ.
______. A Construção Social da Subcidadania: para uma Sociologia Política da Modernidade Periférica. Editora UFMG: Belo Horizonte, 2003.
STEPHENS, M. História das comunicações – do tantã ao satélite. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993.
TEMER, A. Colhendo notícias, plantando imagens: a reconstrução da história da TV Triângulo a partir da memória dos agentes do seu telejornalismo. São Bernardo do Campo: UMESP (Dissertação).
______. Flertando com o caos: comunicação, jornalismo e televisão. Goiânia: FIC/UFG, 2014.
______. Apresentação. In: TUZZO, Simone Antoniaci. Os sentidos do impresso. Goiânia: Gráfica/UFG, 2016.
______. Notícias & Serviços nos telejornais da Rede Globo. Rio de Janeiro: Sotese, 2002.
TEMER, A.; TUZZO, S. (2014). Rupturas metodológicas para uma leitura crítica da relação entre a comunicação e a cidadania – Volume 2. Anais: XI LUSOCOM, Universidade de Vigo – Campus de Pontevedra – Galícia – Espanha. 2014. Disponível em: <http://www.lusocom.info/pt/livro/113>. Acesso em: 02 fev. 2017.
______. A entrevista como método de pesquisa qualitativa: uma leitura crítica das memórias dos jornalistas. Atas. Investigação Qualitativa em Ciências Sociais. Volume 3. 6º Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa (CIAIQ2017). Disponível em: <http://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2017/article/view/1418>. p. 449-458. Acesso em: 16 out 2017.
THOMPSON, P. A voz do passado – história oral. São Paulo: Paz e Terra, 1988.
TRAVANCAS, Isabel S. O mundo dos jornalistas. São Paulo: Summus, 1993.
TUZZO, S. Os sentidos do impresso. Goiânia: Gráfica/UFG, 2016.
WEBER, M. O conceito de casta. In: IANNI, Octávio. (Org.) Teorias da estratificação social: leituras de sociologia. São Paulo: Editora Nacional, 1972. p. 136-163.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à Revista EIXO o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma licença Creative Commons Attribution License até 5 anos após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).